Em nossa prática pedagógica somos quase que diariamente
obrigados a refletir acerca do papel da escola, dos professores e dos alunos,
do sistema educacional e suas falhas, métodos de avaliação, indisciplina,
evasão escolar, todos estes são problemas que enfrentamos cotidianamente.
Reclamamos sempre da falta de comprometimento de nossos
alunos, de seus registros precários no caderno, rendimento abaixo da média. Mas
depois que assisti a este documentário comecei a refletir se eu não estava
gastando energia no lado errado da força.
Precisamos cumprir um currículo que pouco tem relação com
o universo de nossos alunos, trabalhamos diversos conteúdos, mas a coisa mais
importante deixamos de lado como, por exemplo, projetos que facilitem a resolução
de conflitos, que possam de fato estabelecer um canal de diálogo entre
estudantes e gestores, formas de aproximar o aluno do conhecimento, de fazer
com que o processo de aprendizagem seja prazeroso. Entendo que é sobre isso que
devemos nos debruçar.
O que não entendo também é a falta de motivação de alguns
colegas em tentar métodos diferentes. É fato e está bastante claro que a escola da maneira e nos moldes em que
está organizada hoje não dá mais conta, não faz sentido para nossos alunos, no entanto
insistimos neste modelo e por vezes queremos endurece-lo cada vez mais pregando
a retenção, provões emblocados, maior controle e vigilância sobre os
estudantes. Será que este é mesmo o caminho?
Penso que a relação do professor com seu aluno deve ser
pautada pela ética e afetividade. Nós professores precisamos amar nossa
profissão e nos sensibilizarmos, nos envolvermos nas atividades em parceria com
nossos alunos pois muitas vezes, os muros, somos nós quem os construímos e talvez o
inicio, o primeiro passo possa começar em nossa prática diária com nossos
alunos.
De certo que pode parecer mais confortável para o
professor manter o distanciamento e sua posição de autoridade em sala de aula,
no entanto percebemos que os resultados dessa relação não são nada positivos.
Hoje, na realidade da rede em que trabalho o desafio é
encontrar equilíbrio entre o currículo e uma relação aluno /professor que de
fato contribua para uma formação para a cidadania, que propicie experiências
democráticas e libertadoras, que seja realmente uma relação de troca de
conhecimentos, sem juízo de valores.