Olá professores e professoras.
O discurso que nós defendemos (eu e Denise, mas não somos os únicos) é de que atualmente o professor não é
mais a figura central de conhecimento e informação que existe para o aluno, seja em sala de
aula ou fora dela. Essa informação chega até eles em grande quantidade e
através de várias fontes, inclusive muitas vezes as mesmas fontes dos
professores.
Claro que não existe demérito algum na posição do professor, profissional
qualificado e que escolheu formar cidadãos capazes e dignos para a sociedade. Acontece que nesta nova realidade, que já chegou a muitos lugares e se avizinha até à nossa
periferia, o professor como outro profissional deve adequar seu modus operandi para melhorar seu método
de trabalho. Neste caso, o professor deve tornar-se além se figura do
conhecimento, também um orientador, um mediador entre o aluno e as informações
que lhe são fornecidas.
Aceitando este cenário o primeiro debate que pode ser levantado
seria sobre como qualificar toda a enxurrada de informações às quais nossos
alunos estão expostos.
Uma das maiores vantagens que a internet nos proporcionou foi justamente
o acesso à informação, o que é um grande bem e não podemos negar; porém com o
caráter interativo que a web proporciona, muito conteúdo informal percorre a
rede.
As informações em grande parte dos ambientes de internet, não
passam por nenhum crivo mais apurado para serem divulgadas. Sites extremamente
utilizados como Wikipédia e Yahoo não podem requerer credibilidade, pois seu
conteúdo é completamente editável por certo tipo de gerenciador anônimo. (wiki
é um termo no dialeto indiano que significa algo como “falado rápido,
pronunciado velozmente”).
E a influência dessa informação toda circulando não pode ser
subestimada. Nossos alunos devem ser formados leitores capazes além de
interpretar, também saber julgar esta informação e a partir daí construir mais
conhecimento agregando sua experiência e o auxílio do professor.
Na prática acontece o seguinte, quando o assunto interessa ao
jovem, ele vai rapidamente buscar informação sobre isso, é uma característica dessa
geração, ela quer a informação de forma rápida e não com profundidade,
comportamento que os leva muitas vezes a cair em textos informais e sem
credenciamento para ser usado em trabalhos escolares.
Nós professores já temos várias formas de nos defender da famigerada prática do "copiar" e "colar" pois existem na internet
programas que identificam plágio feito pelos alunos de forma voluntária ou não..
Clique aqui e conheça programas e sites anti plágio |
Mas mais do que isto, é preciso que cada professor oriente seu aluno sobre como ele pode tirar uma informação confiável da internet.
Muitos colegas me disseram que a resposta é recorrer às fontes
confiáveis bastando, por exemplo, que sejam sites de mídias reconhecidas. A
estes eu sempre lembro que nem sempre é assim, como no caso do jornalista Jason
Blair do New York Times que foi demitido depois que se descobriu que por anos
ele inventava suas matérias.
Basta que se leia o artigo que o New York Times fez sobre o assunto, e em seguida ler o artigo escrito pelo principal concorrente, o Wall Street Journal. Dá pra trabalhar em várias matérias, História, Geografia, Português e mostrar a eles as diferenças no discurso, visuais inclusive e que fazem parte da mensagem a ser passada. E justamente sobre o tema credibilidade de informações.
Traduza com o navegador ou com o Google Tradutor.
Veja a matéria sobre o plágio de Jayson Blair, |
Veja a matéria sobre o plágio de Jayson Blair |
Quer dizer... O tal jornal pode muito bem ser considerado a partir de uma visão superficial como sendo de alta credibilidade, mas acabamos de ver como ele pode
mentir para toda sua audiência através de um repórter que precisa manter o
emprego. E isso não foi um caso isolado
Plagio na CNN
Plágio no MIC
Plagio na CNN
Plágio no MIC
Em português ainda temos pouco material sobre o tema apesar de existirem trabalhos acadêmicos
sobre o assunto e alguns sites bacanas cheios de boas intenções. Ainda assim selecionamos mais algumas referências e leituras acadêmicas.
Avaliação de Fontes de Informação na Internet: Critérios de qualidade |
O uso da Internet como fonte de pesquisa entre universitários |
Clique para ler a resenha |
Nos EUA, existe uma iniciativa chamada Projeto ORCA,
a tradução é auto explicativa, seria algo como Avaliação da Leitura e Compreensão Online. Em pesquisa recente divulgaram alguns dados. (inclusive
que os EUA não tem nenhum projeto oficial de governos sobre o tema).
Por exemplo, são necessárias, mas não suficientes as habilidades de leitura off-line para o ler no mundo virtual. São necessárias novas habilidades para isso.
Hábitos de leitura online não requerem tanto conhecimento prévio ou experiência anterior, pois durante a própria leitura online o aluno vai acumulando os dados necessários para dar continuidade à leitura.
A pesquisa aponta também que mesmo que o adolescente seja nativo digital e tenha facilidade para navegar na internet, fazer downloads, uploads, se relacionar com todo esse aparato tecnológico e virtual, ele tem sim dificuldades para avaliar criticamente a informação que lhe está sendo fornecida.
Hábitos de leitura online não requerem tanto conhecimento prévio ou experiência anterior, pois durante a própria leitura online o aluno vai acumulando os dados necessários para dar continuidade à leitura.
A pesquisa aponta também que mesmo que o adolescente seja nativo digital e tenha facilidade para navegar na internet, fazer downloads, uploads, se relacionar com todo esse aparato tecnológico e virtual, ele tem sim dificuldades para avaliar criticamente a informação que lhe está sendo fornecida.
A capacidade de compreensão de leitura online é melhor quando o
professor traz atividades desafiadoras.
Um extrato de 40 páginas do texto original em inglês, pode ser encontrado clicando-se aqui.
Um extrato de 40 páginas do texto original em inglês, pode ser encontrado clicando-se aqui.
Olha, vale muito a pena dar uma olhada no site dos caras, primeiro por que é totalmente voltado ao professores, também é uma iniciativa única e apesar de levar em conta somente os jovens estadunidenses, pode nos servir como uma espécie de termômetro. Além disso tem uns vídeos legais, uns tutoriais para professores e outros dados de pesquisas. Não esqueça de usar o navegador para traduzir.
Clique para visitar o site do Projeto ORCA |
Poderíamos dizer que seria um trabalho para o professor de
português, esse de interpretar e analisar, mas acredito que todo professor deve
tomar para si este papel, devido a toda subjetividade de conteúdo à qual todos
estamos expostos.
Já podemos nos centrar em algumas atitudes para orientar nosso
aluno sobre a qualidade do conteúdo que ele acessa. A lista poderia ser imensa...
1.
Indicar sites que o professor conheça.
2.
Orientar aos alunos que busquem se informar
sobre o autor do texto, em alguns sites pode-se encontrar mais sobre a
qualificação do autor. Verificar também se ele escreveu outros artigos sobre o
tema, pois muitas vezes o mesmo artigo é reproduzido em diversos sites e blogs,
mas após uma busca mais aprofundada percebe-se que a notícia é fraude e
simplesmente foi copiada indiscriminadamente só para acrescentar conteúdo.
3.
Verificar onde o conteúdo está disponível, se
for em uma página de universidade ou instituição de ensino é mais fácil de
encontrar as credenciais do autor e comprovação da fonte do que se o artigo
estiver publicado no site de uma grande corporação, que sabemos visa o lucro e
utiliza a informação como produto para consumo.
4.
Fazer relação entre o que se sabe do autor e
sobre o a ideia defendida no texto, pois infelizmente também é comum encontrarmos
textos assinados por autoridades que na verdade são fraudes que visam usar a “reputação”
de autores conhecidos.
5. Verificar se existem publicações impressas que
corroborem a informação, de preferência periódicos acadêmicos, como o portal do
Capes, revistas de universidades ou mesmo o Google Acadêmico que é muito bom
para isso.
6. Explique que informações dadas pelo autor como experiências
pessoais, exemplos longínquos ou números e estatísticas são facilmente criados.
7. Crie atividades onde eles mesmos, em grandes
grupos possam verificar se a informação de que precisam vem de uma fonte
confiável, talvez mesmo em sala de aula, isso vai agir como combustível para
grandes descobertas e vai deixar sua aula mais dinâmica.
8...
Você pode nos ajudar a preencher a lista?
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