por Denise Desiderio
Falemos pois então da condição da professora.
A profissão mais importante que uma mulher pode escolher.
Em uma sociedade patriarcal como a que vivemos, a luta é
constante e nosso papel como educadoras é decisivo para a tomada de consciência
das nossas alunas e alunos acerca de desigualdade de gênero.
Os nossos direitos vem sendo ampliados, conquistas que são resultado de muito
luta; mesmo assim o Brasil continua sendo o país com maior índice de violência
contras as mulheres.
Chocante né? Muito!
Principalmente quando nos deparamos
com países como a Nigéria onde ainda hoje é comum a castração feminina e a Arábia
Saudita. Pois é meu povo, nem Nigéria nem Arábia saudita. O Brasil está no topo
da lista dos países com mais casos de violência contra a mulher.
Podemos combater essa tendência da nossa sociedade utilizando a internet e quem sabe criar atividades interessantes para lidar com o tema da situação da mulher. Nem precisa ser na semana da mulher.
Em maio do ano passado vi um exemplo muito bacana de como as
redes sociais podem auxiliar no processo de tomada de consciência e emancipação
feminina.
Mulheres iranianas são proibidas de se mostrarem sem véu em
locais públicos e então uma jornalista, Masih
Alinejad, exilada no Reino Unido,
resolveu protestar contra esta restrição e criou uma página no facebook chamada
Stealthy Freedoms of Iranian women onde mulheres iranianas postavam Selfies sem
véu. Claro, foi um escândalo, mulheres sendo perseguidas por agentes do governo
e tudo mais, acontece que a página em menos de 2 dias já tinham mais de 100 mil
curtidas. É a internet ajudando a fomentar o debate.
Mulheres Iranianas levantam o debate no mundo sobre o uso do véu através da internet! Clique na imagem e saiba mais |
Hoje por conta da rede mundial de computadores fica muito
mais fácil conhecermos casos de violação dos direitos das mulheres e intervir,
nem que seja através da famigerada “Pressão Internacional”.
Claro que nem tudo é benefício, a internet e as redes
sociais facilitaram a propagação de idéias misóginas e machistas, mas em contra
partida fica também muito mais fácil respondermos à altura, falar, gritar,
fazer campanhas cada vez mais divulgadas como foi o caso dos textos e vídeos
sobre o tema “Primeiro Assédio”.
Campanha contra o assédio em lugares públicos criada no Twiter por um coletivo que defende os direitos das mulheres. Clique na imagem e saiba mais |
A internet nos tirou da solidão, dos pensamentos escondidos
sobre como somos tratadas e como deveríamos ser.
No facebook, Twiter, youtube...emfim, tem crescido o número
de mulheres que se expõe para denunciar situações de violência praticadas por
pessoas famosas, empresas com suas propagandas e até mesmo parlamentares.
Se pensarmos bem, o machismo nunca precisou ser propagado
para continuar vigente em nossa sociedade. As pessoas eram machistas porque a
sociedade era machista. Anormal era ter ideias de equidade em relação ao
gênero.
Portanto não é nenhuma novidade o machismo ser difundido por
meio das redes sócias, mas é novidade ideais de emancipação alcançarem tantos
interlocutores.
Sendo assim... GRITEM, e ensinemos nossas alunas também a não se calarem!!!
Na internet você encontrará
mulheres que passaram pelas mesmas situações e a quilômetros de distância,
podendo assim criar uma imensa rede de solidariedade e Luta.
Os desafios são
imensos, mas quanto mais vozes se juntarem aos nossos gritos, mais força
teremos para romper os abismos da desigualdade.
Um beijo carinhoso à todas vocês!!
Um beijo carinhoso à todas vocês!!
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