Como prometido, uma vez por semana postaremos um review sobre algum filme sobre docência.
Acabamos de assistir, depois de alguns muitos anos, o filme Mentes Perigosas. Impressionante como as experiências que agregamos durante anos de docência, nos fazem pensar diferente.
Clique aqui e assista a um trailer legendado |
O filme retrata a vida , as dificuldades e conquistas de uma professora que trabalha com adolescentes à margem da sociedade.
A professora (Michelle Pfeiffer) se interessa por suas realidades, que através de conteúdo significativo tenta envolver seus alunos para que tenham prazer em aprender, os conflitos, a burocracia . São tantos temas trabalhados que valeu a pena rever.
A burocracia da Direção, o contato quase sempre difícil com os pais, a necessidade de sair da escola pra trabalhar ou pela gravidez.... são assuntos que aparecem e mostram o quão profunda é nossa relação com os alunos...
A burocracia da Direção, o contato quase sempre difícil com os pais, a necessidade de sair da escola pra trabalhar ou pela gravidez.... são assuntos que aparecem e mostram o quão profunda é nossa relação com os alunos...
O filme é bastante idealista mas não é utópico. Todos nós na nossa carreira, temos exemplos para contar de alunos que conseguimos atingir, que conseguimos motivar. Mas ao final minha mente me levou para além dessa questão. Me perguntei: Será que é esse nosso papel quanto educadores? Será que precisamos nos envolver tão pessoalmente com as questões vivenciadas pelos nossos educandos? Será que dá pra ter um relacionamento estritamente profissional ?
A condição social, familiar, psicológica de nossos alunos interferem sempre no processo de ensino/aprendizagem. Muitas vezes conhecer as causas da indisciplina, da dificuldade em aprender nos ajuda a intervir.
O fato é que alheios nós nunca ficamos, mas quanto desgaste isso nos trás não é?
A realidade muitas vezes violenta que enfrentamos nos desmotiva, nos marca profundamente. Até que ponto podemos e devemos intervir? Será que temos consciência de que não temos a responsabilidade de salvar ? Não foi para isso que estudamos e nos formamos mas acabamos sendo também envolvidos pela mesma realidade que vitima nossos alunos, e a mesma que faz alguns deles serem violentos. Nos encontramos todos na mesma sala de aula.
O fazer docente de quem trabalha em regiões periféricas tem uma complexidade diferente, o currículo oculto, as experiências, dificuldades e impossibilidades enfrentadas pelos alunos afetam nosso trabalho e por vezes a nós mesmos e é comum fazermos o papel de assistentes sociais, psicólogos, única figura de autoridade para a criança ou adolescente. E quanto isso nos custa?!
Bem, sendo assim, penso que devemos nos valorizar ainda mais. Nosso trabalho é complexo, rico de energia empregada e conseguimos fazer muito com tão pouco que nos dão de recursos.
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Parabéns professor e professora. No meio de toda essa desigualdade, ausência de possibilidade e de vontade política de fazer com que a educação e educadores sejam valorizados pelo essencial serviço que prestam a sociedade. Em meio a tudo isso, ainda conseguimos brilhar, realizar. Imagine se nos dessem mais!
Até a próxima!
Por Denise Desiderio
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